1. |
O meu alento
03:13
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Sempre entra pola porta o cigarro de médio lado,
e esse sorriso de “agora vou-vos foder”.
Num intre já esta na barra co cóvado pegado,
ninguém o para, é de rir até doer.
Quando a gente é sincera, quando es bo de coraçom,
nunca passa o tempo em balde, tés razom.
Ainda que a tua voz amigo nom esteja entre nós,
cantaremos bem alto esta cançom.
Nom tenho medo a estar aqui,
nom tenho medo a marchar.
Só quero a cada intre sentir,
que o meu alento se converta en cançom.
O meu alento é umha cançom,
o meu alento, cantaremos até que saia o sol,
e bailaremos até que saia o sol.
Mais chulo que ninguém, essa energia é puro rock,
vive cieive e ceive deixou viver.
Vai escançando a sidra e pom outra cançom,
brindaremos até que saia o sol.
Esperta do teu sonho, a tua alma já é cançom,
mentres soe, estarás ao meu carom.
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2. |
O demo
01:52
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Amence o dia, alboreja, entre o fume e o cheiro a mar,
nom há lume na fogueira queimámos o nosso mal.
Onte a noite, foi de longe, muito mais que troulear,
onte a noite vim o demo caminhando sobre o mar.
Entre as faíscas fijo vida, começou ali a berrar,
él cantava, eu bailava e nom deixava de brincar.
Cada nota, cada gesto, esse jeito de mirar,
fijo que essa noite meiga caminhasse sobre o ar.
Desde aquela, cada noite no solstício de verâo,
canto tolo coma o demo e nom deixo de bailar.
Tenho o demo já no corpo e non quere marchar
tenho o sangue coma o lume e nom o podo apagar.
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3. |
Nove cruzes
04:11
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Nove vidas numha noite de rancor,
das mais negras da história da repressom,
umha matança por vingança,
friamente calculada,
coma exemplo do mais podre coraçom.
Nove cruzes na rocha nove som,
nove cruzes ala no Val Minhor,
nove corpos roubados,
por vingança assassinados,
ao fascismo nem olvido nem perdom.
Esta história começa no Val Minhor,
coma muitas que o fascismo apagou.
Manter viva a memória,
é lembrar a nossa história,
é importante para viver em paz.
Era o ano do mil nove trinta e seis,
dous fugidos de nome Os Ineses,
eran assassinados,
os seus corpos massacrados,
coma mostra do fascismo mais feroz.
Nom chegava, que ainda forom buscar,
outros nove cos que poder "passear",
sete eram marinheiros,
um labrego e um ferreiro,
todos eles escolhidos ao azar.
Dende aquela cada noite no lugar,
aparecem nove cruzes pra lembrar,
a morte e a memória,
do que foi a nossa história,
como exemplo do mais podre coraçom.
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4. |
O eco
04:07
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Essa noite escoitei un lamento,
o eco tirava de mim.
Nom era cousa do vento
nim demo, nim trasno que poda sofrer.
E foi ao espertar que escuitei
as notas dumha cançom.
Era todo um lamento
eram notas de alento, nom eram de dor.
E cantáva-lhe o mar às rochas
eu também queria cantar.
Pero o vento açoutaba com força na cara
e nom pudem berrar.
Quigera estar aí, onde racha o mar
e as pedras desfam-se em anacos.
Como as cançons que podo esquecer
que pudem lembrar.
E aquí dende a tolémia,
no escuro do meu magim.
Fam as notas as pedras,
as letras o vento,
o mar canta pra mim.
E aqui dende o silêncio,
no profundo do meu sentir.
Fam as notas as pedras,
as letras o vento,
o mar canta pra mim.
Baixa o som polo rio,
soa livre no ar.
Canta o vento nas pedras
cantam as marés
que venhem e vam.
Fai a lua que cantem
fai que bailem ao seu som.
O que antes era um lamento
das almas perdidas
agora é cançom.
E cantava o mar,
eu tambén queria cantar.
Tanta raiba no corpo
queimávame o lombo.
E por fim
já podo berrar.
Tanta merda no corpo
queimávame o lombo.
E por fim
já podo berrar.
Sube o som polo corpo
livre fai-me viver.
Tanto sangue nas veias
de ritmo vam cheias
e fam-me sentir.
Nom preciso mais nada
que o alento deste som
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5. |
Mitяøfaщ
03:34
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Unha lenda siberiana dumha viagem privada,
corrupçom e monarquia passatempo feudal.
Desta vez a cazaria foi no frio norte russo,
camarada campichano: todo listo!
Vozka mel mais um oso borracho, um disparo do rei espanhol,
da gaiola foi liberado, enganado morreu Mitrofam.
Dim que foi um garda russo, con total sinceridade
quem contou toda a verdade do engano real.
E chegarom os de sempre e figérom coma sempre,
amanhar a cazaria pra lezer da monarquia.
Contento moi borracho ia pola estepe russa,
Mitrofam nom conhecia a lei de fugas.
Conservando a natureza ao estilo da realeza,
campichano rifle em mam mata ao oso Mitrofam.
Até eiqui chegou a história, deste capricho real,
os vícios da monarquia e o negócio familiar.
Todo é por causa divina e um fanatismo ancestral,
mentres o rei campichano vive num conto real.
Mentres reine a monarquia nada será real.
E bóta-lhe, bota-lhe mais vodka ao oso,
bóta-lhe mais vodka ao oso.
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6. |
Aboiado
02:58
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Aboiado dando tumbos, atrapado entre dous mundos, tropeçando saio do bar.
Umha cousa é o que dixem e outra bem distinta fijem e agora da-me por laiar.
Porque quando tivem tempo crim que nom era o momento e tinha cousas que cambiar.
Se de algo me arrependo é de nom ter sido mais listo e atuar quando há que atuar.
Para o único que sirvo é para dar um mal exemplo e os cativos amedrontar.
E agora dando pena vou cargando coa condena para quem a queira escoitar.
As ocasións que tivem, estragueinas pouco a pouco fum deixandoas escapar. Nem se quera
me dim conta que era o palhaço do conto até que foi tarde de verdáde.
E agachado trás as sombras e empapando-me de risos fum deixando-me levar. E cagueina
tantas vezes e cagueina tam cagada, tantas que nom as podo nem contar.
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7. |
Histórias da avoença
02:41
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Lembrei umha vez mais, histórias de avoença
dalgum tempo devanceiro, de xenreiras ancestrais.
O bispo que ao alviscar perigo na sua senlheira,
diante os berros e a revolta que se andavam argalhar.
Já se escoitam, já se escoitam os berros da gente na loita.
Já se escoitam, já se escoitam os berros da gente na loita.
Logo de se içar a carragem polos lares desta vila loitadora
o fim foro-no buscar, o povo enteiro a assediar com lume
contra a igreja com paus arrodearom os muros da catedral.
Lembrei umha vez mais histórias de hoje mesmo,
destes tempos de fascismo onde reina o capital,
o povo enteiro a calar, governados como escravos,
dominados como vassalos daquel sistema feudal.
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8. |
Taberneiro
02:21
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Taberneiro taberneiro
non sejas um miserável,
queremos as cuncas cheias
muito antes de chegare
Ailalelo Ailalalo
Nós vinhemos a Chantada,
convosco a beber nos bares,
taberneiro saca o vinho,
nom vinhemos a brigare
Nom fazemos o caminho,
nós nom bicamos o santo
só queremos un bo vinho
seja tinto ou seja branco.
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9. |
Reflexons
03:10
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Reflexons dentro dum bar onde passo muito tempo,
e onde dame por pensar por que dianhos bebo.
Um motivo é pra olvidar a miséria da gente,
que gostam de pisar pra que o malo da sua mente
lhe seja doado acadar e por eles me emborracho.
Desaparecem sem mais, e por esso me emborrracho.
Este mundo é um circo e os palhiaços somos nós,
rinse até os bichos do afá de destruiçom,
que guia os nossos passos no tempo da sem-razom.
Compartes cuns poucos que perderom a ilusom
e a esses chamas-lhes amigos e o serám até o final
e por eles me emborracho e por eles vou brindar.
E non deixo de beber transformo o meu entorno.
E non deixo de beber eo que é quente muda a morno.
E non deixo de beber por ledícias e penas.
E non deixo de beber som grandes a cadeias.
O que faga eu da igual, batir-me coas paredes,
nada vai cambiar, som curtas as minhas redes
Nada vou pescar neste rio revolto,
onde as almas vagam semelhando estades mortos.
Deixamo-nos levar por causas perdidas,
que morrerom ao empezar e por elas me emborracho.
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10. |
Traghinho de vinho
03:57
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Dame un traghinho de vinho
pra molhar a minha gorja,
cantareiche umha cantiga
minha carinha de rosa
Dame un traghinho de vinho
para molha-la garganta
cantarei como umha rula
verás como a rula canta
Nom te cases cum viúvo
ainda que tenha muita roupa
sempre che andarám dizendo
mulherinha era-che a outra.
Umha velha mais um velho
tentarom de se casare
a velha por durmir quente
o velho por se quentare
Vou dar a despedida
porque nom che som de eiqui,
nom quiger despedirme
deste bar do Rikitri.
Foi numha madrugada
naquel inverno hostil
e que já nom te lembras
vimo-nos em Berlim.
Nom sabia se choravas
de raiva ou de dor
e que já nom te lembras
sionista cabrom
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11. |
Polka de Ryan
02:20
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12. |
Nunca mais me roubam
03:32
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O medrar sem um cam o que fijo de mim,
compreendim que as riquezas vam no ar.
Co magim podo ter tudo quanto sonharei
que com quartos nom se pode mercar.
Mentres pudem aforrar começarom-me a roubar
por isso já nom creio nos banqueiros,
Por um banco um calcetim a melhor soluçom,
a mim eles já nunca mais me roubam.
Nunca fum de estragar, só quando vou beber
aí nom ando com pamplinas no bar.
No jantar penso igual, nom me quero privar
dos prazeres que a vida me da.
Mentras poda manter este corpo louçám,
e o tempo nom me custe um pataco.
Nom lho penso permitir a ningúm patrom
a mim eles já nunca mais me roubam.
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13. |
Arousa
02:23
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